quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Top ten: coisas cretinas dos desfiles de Carnaval

1) Enredos mirabolantes: Sempre tem uma escola que resolve homenagear, tipo, os fazedores de pão-de-batata do Alagoas. Ninguém mais escolhe um tema simples, como "sonhos", "alegria" ou "Tom Jobim". Deve ter gente demais metendo o bedelho. Imagine os carnavalescos (cuspe!) e bicheiros fazendo a reunião para decidir o tema do próximo ano, quando alguém tem uma boa ideia: "Vamos falar do paraíso!". Então outro opina em cima: "Mas tem que ser o paraíso de Deus". Aí vem mais um: "Por que não do paraíso de Deus ao paraíso da loucura?!" E por aí vai, até a colcha de retalhos ficar com aquela cara de... nada. É o Samba do Crioulo Doido, conforme previsto por Sérgio Porto.

2) Sambas que não pegam: Você assiste ao desfile inteiro de uma escola. Fica mais de uma hora ouvindo o maldito samba em "looping". Quando acaba, passam-se cinco minutos e você não lembra mais nem do refrão.

3) Jurados bizarros: Na boa, quem são aqueles caras?! Por que a tal Liga não coloca gente com credibilidade para julgar? Daí vem um moleque de vinte e poucos anos e dá nota 8 pra bateria da Portela, por exemplo. É de matar! (Vale lembrar: o antológico "Sonhar não custa nada", da Mocidade Independente, não ganhou por causa de UM jurado cretino, chamado Carlos Pouso.)

4) Todo ano é a mesma coisa: Sempre tem a mulher que desfila "com muita raça" após ter o pé cortado pela sandália, o diretor que fica a apuração inteira beijando um terço, o carro alegórico que pifa...

5) Merchandise: Alguns enredos só podem ter sido encomendados, como o da Caprichosos, em 2007, sobre o Gás Natural. Bom, espero que tenha sido. Porque, se eles fizeram por achar a ideia boa, o caso é mais grave.

6) O vocabulário típico: Agora que tudo passou, a próxima pessoa que pronunciar a palavra "comunidade" perto de mim vai ouvir um palavrão! Se falar "folia", ganha só uma bufada.

7) Só os carnavalescos entendem... os carnavalescos: Aquelas (com todo respeito) bichonas velhas que se acham a fina flor da arte moderna inventam umas coisas que só faz sentido para elas, tipo colocar um carro em homenagem a Nefertite num enredo sobre o café, ou algo assim. O pior é aguentar as entrevistas nas quais "explicam" suas obras primas.

8) A apuração: Mais triste que aquele negão com pinta de bicheiro anunciando "Estação Primeira de Mangueeeeeeeira: deeeez!", só os jornalistas da Globo tentando deixar a transmissão dinâmica.

9) Admitir que os cariocas são melhores em alguma coisa: Sem comentários aqui.

10) É cafona: Sinceridade? Acho feio pra caramba carro alegórico. Com raras exceções, aqueles tigres e figuras mitológicas parecem coisa de filme de terror. E as velhas repuxadas de biquíni? E nas fantasias, como misturar todas as cores, texturas, plumagens e pessoas do mundo e ainda querer um resultado estético bacana?