segunda-feira, 17 de março de 2008

Força estranha

Não é fácil explicar. Esse fim-de-semana fui pro Guarujá, com o Alemão e duas amigas. Nada de onda, céu cinza, chuvisco, vento e frio. Perfeito para se entocar no sofá, ler um livro, assistir a um filme, cozinhar, fumar um baseado, qualquer coisa menos surfar. Mas...

Mas não. Sábado cedo deixamos as garotas no conforto do apartamento e partimos bravamente rumo ao norte, onde talvez a ondulação estivesse maior. Na estrada, além de chuva e vento, esperança. Depois de uma hora e meia de monotonia na Rio-Santos, a placa indica Camburi.

Em três palavras, eis o que encontramos: merreca, fechando e crowd. Mas, uma vez na roubada, vá até o fim. Roupas de borracha, fomos pra água. Depois de meia hora de surfe medíocre, uma idéia lampejou na cabeça oca do Alemão. E se a gente fosse pra Praia Brava?

Para quem já está em Camburi, é só esticar até Boiçucanga e pegar o barco. Lá deve ter mais onda e menos gente. Isso. Vamos. Sai do mar, tira a roupa, seca o corpo, ajeita as pranchas no carro, dirige mais um pouco, negocia com o barqueiro, entra na lancha, chuva, frio, água espirrando, chega na Brava.

Em três palavras? Merreca, fechando e... deserta, pelo menos. Depois de uns 30 segundos de criteriosa análise, decidimos ficar. Já estamos aqui, mesmo. O surfe não foi nada de mais, umas valas de meio metrão explodindo bem na beirada, muitas vezes nos embolando no processo.

No fim do dia, voltamos para o Guarujá pela mesma estrada chuvosa e sonolenta. Como disse, algumas coisas não são fáceis de explicar. Não, não me refiro a tudo isso que acabo de contar. Difícil, no caso, é achar razão para a gente ainda voltar comemorando: “Pô, valeu o rolê, né?”. “Valeu, claro, pô, demais...”

Um comentário:

Anônimo disse...

nem só de surfe vive o homem