terça-feira, 4 de março de 2008

Água fria, lembranças e refrões em falsete

Fim-de-semana acampei em Trindade, com um amigo, como nos velhos tempos. A gente tinha marcado encontro com uma ondulação, mas um vento leste apareceu também e no fim não pegamos aaaaltas ondas. E, Jesus, que água fria! Acho que nem quando morei em Florianópolis vi coisa assim. Fria de formar uma névoa esbranquiçada na orla que parecia ar-condicionado. Ninguém esperava isso nessa época do ano, então levei só um short-john – aliás um short-john ridículo, amarelo fosforescente e laranja, bem anos 80, mas que funciona até hoje e tem a vantagem de que, se eu morrer no mar, certamente acharão meu corpo.

Lembramos dumas loucuras que aquela Trindade nos viu fazer há uns 10 anos... Na época eu achava que não era junkie, só um jovem de família que estava lá como observador da doidera, mas agora, olhando para trás e pensando... eu era junkie. Uma vez ficamos numa barraca que tinha o chão forrado de areia e peças de roupa suja, eu e dois amigos. Numa noite, um deles bebeu demais. Eu estava dormindo quando ele voltou. Tentei continuar dormindo quando abriu a barraca para vomitar pela primeira vez.
Quando repetiu o ritual, avaliei que não daria para dormir direito. E levantei definitivamente, rosnando todos os palavrões que conhecia, quando ele gorfou pela terceira vez – mas nessa não conseguiu abrir a portinha a tempo. Fui dormir ao ar livre, nuns colchões onde se engalfinhavam quatro caras ainda piores que meu brother, mais uns 2647 pernilongos... Enfim, éramos todos junkies, que se livraram da sina.

Sábado à noite fomos num show dos Titãs em Paraty. Era de graça, que mal teria? Mas, você sabe, a gente sempre deve desconfiar dessas coisas grátis, pagas pela prefeitura, na praça da cidade... As meninas ao redor eram aquelas hippies com barriga-pochete de vinho, o telão passava animações feitas em power-point, o som tinha sido equalizado por um surdo e o cara que “animava” a galera antes do show inventou de fazer brincadeiras tipo gincana com o público. Depois de quatro músicas, fomos embora jurando que só voltaríamos no dia que o Tom pegasse o Jerry. Imagino que a turnê da banda deve agora seguir para a Festa da Fruta-do-Conde de Pindamonhangaba.

Domingo voltamos cedo, tipo duas da tarde, porque meu amigo ia ao show do Iron Maiden. Ruuun to the hiiiiiills... Refrões da banda em falsete
a viagem inteira, no estilo Massacration. Pena não ter garantido meu ingresso. Mas o do Ozzy eu não perco. Nem o do New York Dolls. Voltamos durante o Corinthians e Palmeiras, se roendo de curiosidade sem notícias do jogo, já que na estrada nenhuma rádio se entende com a antena do carro. Fiquei pensando... Em tempos de sócio-torcedor, TV Timão e interatividade, os clubes poderiam oferecer um serviço que avisasse os principais lances dos jogos pelo celular, né?

Um comentário:

Anônimo disse...

Que triste verdade, a lata era nosso lar!
Going of the rails on a crazy train
!!!!